Entrevista com Prof.º Dr. André Belico de Vasconcelos



André Belico de Vasconcelos 

Natural de Belo Horizonte. Graduado em Ciências Biológicas pela Faculdade Metodista Integrada Izabela Hendrix. Mestre em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Doutor em Ciência Animal na área de Reprodução Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. 



UniubeMedVet: Como foi escolher entre Ciências Biológicas e Medicina Veterinária? Você sempre quis fazer Medicina Veterinária? 

André Belico de Vasconcelos: No início da minha formação, meu interesse era o melhoramento genético. Sempre tive uma vontade de estudar a genética, no contexto das interações genotípicas e seus resultados. Desta forma procurei o curso de Ciências Biológicas. No curso percebi que a parte mais aplicada à genética era os conceitos básicos, que de certa forma, me levaram a procurar outras linhas de estudo. Assim evolui para o entendimento de pesquisas e estudos, na área de reprodução em humanos, realizando estágios em clinicas de reprodução humana. Tive a oportunidade de começar a iniciação científica em 1997 no Instituto de Ciências Biológicas, no laboratório de Enzimologia, trabalhando com a biocalorimetria em células espermáticas. Com este tema, elaborei a minha monografia o que possibilitou desenvolver uma linha de trabalho que realizo atualmente. 

Dentro deste contexto e com uma enorme vontade de estudar reprodução, procurei a Faculdade de Medicina Veterinária da UFMG, para realizar a minha pós-graduação. Na área da Medicina Humana, em me vi limitado ao conhecimento, uma vez que os cursos de pós-graduação, eram específicos a médicos, pelo contexto clinico agregado. Por conseguinte, na medicina veterinária vi a possibilidade de estudar fatores vinculados à reprodução, principalmente pelo contexto da casuística. O que proporcionou mais praticidade a minha linha de pesquisa. Esse interesse também foi causado por influência do meu irmão, uma vez sendo médico veterinário esclareceu minhas duvidas e promoveu meu interesse para a Faculdade de Medicina Veterinária da UFMG, em especifico ao departamento de clínica e cirurgia. 

UniubeMedVet: Atualmente quais são suas linhas de pesquisa? 

A. B. Vasconcelos: Hoje eu trabalho pesquisas relacionadas à Fisiologia e Bioquímica do Sêmen. Abordando aspectos fisiopatológicos da funcionalidade do espermatozoide. Com o intuito de estudar os mecanismos envolvidos na reprodução do macho e proporcionar conhecimento aplicado para o médico veterinário. 

UniubeMedVet: Você também ministra aulas na universidade. Quais são as disciplinas que você ministra? 

A. B. Vasconcelos: Hoje eu sou professor do Curso de Medicina Veterinária. Na graduação, as disciplinas são: Bioquímica animal Biofísica, e Fisiologia I. Também sou professor do curso de pós-graduação nível mestrado, ministrando as disciplinas de Bioética e Biossegurança e parte da disciplina de Biologia Molecular. 

UniubeMedVet: Como professor de Pós-graduação e Mestrado, em seu ponto de vista, qual é a importância da formação continuada? 

A. B. Vasconcelos: Acredito que hoje o mercado exige isto. Para o profissional da área o conhecimento é dinâmico e desta forma qualificar-se é importante. A formação continuada propicia ao profissional um diferencial no mercado, que de certa forma é o desejo do próprio mercado. 

UniubeMedVet: Ao seu ver, só a formação superior não é suficiente para um sucesso profissional que seja considerável? 

A. B. Vasconcelos: Percebo que além da formação na graduação, o estudante tem que se profissionalizar e desta forma encontramos os cursos de pós-graduação, tanto lacto sensu quanto stritu sensu. Lógico que a escolha do tipo de pós-graduação depende da necessidade que o profissional ou que o mercado precisa. Assim um curso de especialização pode ter um valor agregado maior do que um curso de mestrado. Hoje, ao conversarmos com empresas e com pessoas envolvidas na área, muitas vezes nos deparamos com instituições necessitando de profissionais, com um nível um pouco mais avançado que a graduação, mas que também não seja um Doutorado. Desta forma uma especialização ou um mestrado acadêmico e ou profissional, possa propiciar o profissional em questão. 

UniubeMedVet: Além da docência você possui algum outro trabalho? 

A. B. Vasconcelos: Não. Desde que eu me conheço como indivíduo, sempre quis trabalhar na aérea da educação. Hoje não tenho nenhuma pretensão de ter uma empresa, de trabalhar para uma empresa. Hoje quero realmente envolver-me com a Universidade na formação de profissionais e não somente para a veterinária. Estou aqui como um orientador para qualquer aluno que vier me procurar para dar uma diretriz ou um acompanhamento para vida profissional desse indivíduo. 

UniubeMedVet: Na medicina veterinária foi onde aconteceu sua realização profissional? 

A. B. Vasconcelos: Na questão do desenvolvimento na área da docência, a Medicina Veterinária me surpreendeu, no contexto da possibilidade de abertura de portas. Hoje, vejo que tenho que continuar estudando, pois a cada dia tenho alunos mais interessados. Como não é a minha formação, cada vez mais estudar ê uma necessidade. Como realização profissional, acho que eu vou ter que esperar alguns anos para chegar ao um consenso sobre isso. Eu vislumbro pesquisa. E acredito que a educação vai se desenvolver a partir da pesquisa. Por isso, quero formar pesquisadores e pessoas que tenham capacidade de raciocínio. Agregando assim valores a educação. Desta forma, acredito que vou me realizar parcialmente, quando eu tiver um orientado e perceber que esse orientado voltou a Universidade e dentro da instituição está conseguindo formar indivíduos, que tenham um senso crítico para formar novos pensadores. 

UniubeMedVet: A produção de conhecimento através da pesquisa é um diferencial da UNIUBE? 

A. B. Vasconcelos: Eu vejo a Universidade de Uberaba diferenciada. Hoje nós temos uma política muito voltada a essa área de pesquisa, pelo contexto que nós estamos aplicando. A pesquisa gera conhecimento, o conhecimento é passado para os novos alunos, a dúvida é gerada novamente, e termina gerando novas pesquisas. É uma questão cíclica e a Universidade de Uberaba tem essa visão. Hoje temos um envolvimento muito maior, tanto da PROES (Pró-Reitoria de Ensino Superior), quanto da PROPEPE (Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão), neste contexto de desenvolvimento de conhecimento. 

UniubeMedVet: Em seu ponto de vista, qual é o diferencial atrativo para o ingressante na UNIUBE? 

A. B. Vasconcelos: É a possibilidade de encontrar uma Universidade Atual, fortalecida e com um corpo de trabalho dedicado. 

UniubeMedVet: Uma dessas fontes é o Hospital Veterinário de Uberaba? 

A. B. Vasconcelos: Sim. Para a Medicina Veterinária, vejo o HVU como uma ferramenta interessante. Onde nós temos uma casuística muito grande. Temos profissionais capacitados para desenvolver isso. Vejo também como uma questão de aperfeiçoamento para os alunos. É neste ponto os alunos de medicina veterinária precisam ter o consenso de que no HVU, ele tem não somente uma possibilidade para estudar, mas também para aprender a trabalhar em equipe. Outra fonte, que deve ser vista com outros olhos é a Biblioteca. Ela não pode ser utilizada somente como um local de realização de trabalhos. Ela tem que ser usada como local de fornecimento de conhecimento. 

UniubeMedVet: Para finalizar deixe seu recado para os alunos. 

A. B. Vasconcelos: Para os alunos eu deixo a mensagem de que no início não é fácil, há a necessidade de se procurar e correr atrás. Eu levo sempre uma frase que meu avô me falava: "Quem quer faz, quem não quer manda".


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