Todo mundo sabe (pelo menos a maioria) que o principal sentido dos cães é o olfato. Eles "enxergam" o mundo, têm a percepção de tudo que acontece ao seu redor principalmente pelo faro apurado, ao contrário de nós humanos, que enxergamos o mundo principalmente pela visão.
Em termos comparativos, os cães têm cerca de 200 milhões de células receptoras de odores, contra apenas 5 milhões dos humanos. Lembrando também que além de ser maior em quantidade, essas células são muito mais específicas. O faro do cão é pelo menos centenas de vezes,
mais provavelmente milhares (exagero?) de vezes mais sensível do que o humano (variando conforme a raça, o Bloodhound por exemplo é específico para farejamento).O cão possui um olfato seletivo (Sim, ele escolhe). Isso significa que ele pode sentir um
conjunto de cheiros e processar cada aroma independentemente ou isolar o
odor que lhe interessa.
Tomamos como exemplo um cão de busca de narcótico. Ele pode
aprender a cheirar todas as drogas em questão de uma vez só (tudo
misturado, em certos casos mais de 20 produtos diferentes, alguns deles
com subgrupos de produtos como extasy – mais de 30 variações). Mesmo
assim se um dia deparar com um único elemento (maconha, por exemplo) ele
conseguirá acusar a ocorrência de forma tão eficiente quanto aquele que
aprendeu a cheirar somente o produto em questão(como são treinados cães farejadores de drogas). O mesmo vale para
explosivos, produtos combustíveis, gases, etc. (legal né?)
Ao que tudo indica que o cão consegue processar um conjunto complexo de
partículas (moléculas) de odor e ajustar o seu faro para detectar o que
lhe interessa. Nesse processo o animal passa por cima de elementos
contaminantes e fatores secundários como a proporção que cada aroma
compõe dentro do conjunto. Considerando um ambiente hipotético onde todos os cheiros misturados
compõem um total de 100%, onde existam 20 fontes distintos participando
em proporções diferentes. Suponhamos que o odor predominante compõe 30%.
O segundo 15%. Depois vem um conjunto de 10 fontes com cerca de 5% cada
um e mais 4 fontes com 1% cada. Resta apenas 1% de partículas de cheiro
do total presente distribuídos entre os 4 restantes. O cão treinado
para acusar um destes 4 elementos não será enganado pela “camuflagem” de
99,75% dos outros cheiros presentes no ambiente, desde que a
concentração das partículas em questão esteja dentro do limite da sua
percepção. Em outras palavras, o cão consegue escolher o cheiro que quer
sentir e ignorar (ou neutralizar) os outros. (Entenda como o cão é treinado para detecção olfativa)
Empiricamente é quase certo que um bom cão consegue
detectar partículas de odor numa concentração na casa de ppm (partes por
milhão). Existem pessoas que acham que a sensibilidade olfativa canina
equipara e, eventualmente supera o nível de um aparelho como
cromatógrafo de laboratório.
Veja mais:
Fontes: http://www.nozica.com.br/?_p=19&_c=133&_cnt=484
Mas se desconhecia até a pouco tempo o quão poderoso era o "nariz" do cão. Para
se ter idéia desse poder, já houve casos de cães que acusaram com
precisão o ocultamento de cadáver enterrado no solo a mais de 3 m de
profundidade e um outro caso em que a fonte do cheiro se encontrava
preso no meio de um bloco de concreto. Também já houve a indicação de
incêndio criminoso após mais de 5 meses depois da ocorrência do
incidente, além de inúmeros outros trabalhos impressionantes.
E mais, cães são capazes de detectar doenças nos humanos melhor que muitos médicos. Pesquisas mostram que cães detectaram câncer de intestino (veja notícia aqui), de próstata (veja notícia aqui), de pulmão (veja notícia aqui). E não fica por ai, conseguem detectar a queda na glicemia (nível de açúcar no sangue), salvando um diabético de uma possível crise hipoglicêmica (veja notícia aqui).
Ah, esses cães! Sempre nos surpreendendo.
Veja mais:
Fontes: http://www.nozica.com.br/?_p=19&_c=133&_cnt=484
http://adoro-voscaes.blogspot.com.br/2007/10/os-sentidos-do-co-faro-e-audio.html